25 junho 2011

Milton Santos - O homem que via o mundo pelo lado de cá


24     Jun 2011

Completam-se hoje dez anos da morte de um dos maiores – e mais desconhecidos – pensadores brasileiros: o geógrafo Milton Santos. Nascido na baiana Brotas de Macaúbas (a mesma onde morreu Carlos Lamarca), Milton fez-se doutor em Geografia pela Universidade de Strasburgo, mas sempre teve vínculo político – sempre sem filiações estreitas – com a esquerda brasileira. Isso lhe valeu um prisão domiciliar na ditadura e, depois, longos anos de exílio, lecionando mundo afora.

Reconhecimento Internacional
Em 1994, recebeu o Prêmio Internacional Vautrin Lud, correspondente ao Nobel da Geografia, tendo como proponente o professor Jorge Gaspar, da Universidade de Lisboa. Costumava dizer que, a partir desse prêmio, a mídia brasileira lhe abrira as portas. Recebeu-o na pequena cidade de Saint-Dié des Vosges, coincidentemente na região da cidade de Strasbourg onde havia defendido, na década de 50, o seu doutorado. Pela primeira vez na história desse prêmio, ele era outorgado a um geógrafo que não era nem francês nem norte-americano.
Milton Santos recebeu ainda mais de duas dezenas de medalhas, tais como: Medalha de Mérito, Universidad de La Habana, Cuba, 1994; Colar do Centenário (Conjunto de Obra em Geografia) Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1997; Ordem 16 de setembro – Primeira Classe, Estado de Mérida, Venezuela, 1998; 11ª Medalha Chico Mendes de Resistência, Grupo Tortura Nunca Mais, Rio de Janeiro, 1999; Medalha do Mérito, Fundação Joaquim Nabuco, Recife,1999, entre outras. Dentre os prêmios destacam-se: Vozes Expressivas do Final do Milênio, Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 1997; Personalidade do Ano, Instituto de Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro,1997; Homem de Idéias, 1998, Caderno Idéias, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,1998; O Brasileiro do Século, Revista Isto É, 1999 (laureado na categoria Educação, Ciência e Tecnologia, entre 20 personalidades ); Prêmio Jabuti (melhor livro de Ciências Humanas) 1997, com A natureza do Espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção, Hucitec, São Paulo, 1996; prêmio UNESCO na categoria Ciência, 2ª edição, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Brasília, 2000. Seu último prêmio foi o Multicultural Estadão Cultura, em junho de 2000, concorrendo com inúmeras personalidades e sendo votado por milhares de brasileiros. Numa cerimônia carregada de emoção e beleza, disse: “Considero a indicação do prêmio Multicultural Estadão Cultura como um presente expressivo que coroa, de alguma forma, o meu trabalho intelectual [...] Meu desejo secreto, o desejo dos pensadores, e é difícil confessa-lo, é que o seu trabalho possa ter alguma repercussão, sobretudo quando ele ultrapassa os limites da sua própria área e da universidade. O fato de seu o trabalho ter uma visibilidade em camadas mais amplas da sociedade dá ao seu autor, não a certeza que ele tenha o aplauso geral, mas um certo conforto de ver que o seu discurso não é um discurso fechado. Agradeço a todos que votaram em mim, aos meus amigos e ofereço esse prêmio a todos os brasileiros que tanto esperam de seus intelectuais.”
Entre 1980 e 2000, Milton recebeu vinte títulos de Dr. Honoris Causa de Universidades do Brasil, da América Latina e da Europa. Publicou mais de quarenta livros e mais de 300 artigos em revistas cientificas, em português, francês e espanhol e inglês.

Homenagem
Abaixo, o fantástico documentário produzido por Sílvio Tendler com Milton Santos, poucos meses antes de sua morte. É uma belíssima obra, que nos abre olhos e cabeças sobre a globalização. Mas não apenas sobre o que se passou e o que se passa na economia, mas também como os novos processos tecnológicos se desdobra no mundo da comunicação que é parte inseparável do processo de inclusão:


Biografia Completa: http://www2.fpa.org.br/biografia-do-milton-santos


01 junho 2011

Circuito Sesc de Artes

Quinta-feira (02/06/11), 
na Praça João Pessoa.

Evento trará apresentações gratuitas de artemídia, artes visuais, circo, dança literatura, música e teatro, a partir das 15h.
   
A praça João Pessoa, no centro de Suzano, recebe nesta quinta-feira (2/6) o Circuito Sesc de Artes 2011, que trará ao município uma série de manifestações artísticas gratuitas. As apresentações de artemídia, artes visuais, circo, dança, literatura, performances, música e teatro terão início às 15h.

O Circuito Sesc de Artes 2011 percorrerá 88 cidades paulistas, de 1º a 19/6, reunindo 270 artistas em seis roteiros simultâneos de programação. O evento tem como ponto de partida considerar a experiência artística e quebrar a rotina no cotidiano das cidades, estabelecendo provocações e diálogos com artistas locais e propiciando novas possibilidades.

O Circuito Sesc de Artes faz parte de um processo que se iniciou em 1998, quando o Sesc lançou o projeto “Lorca na Rua”, por ocasião do centenário do nascimento do escritor espanhol Frederico García Lorca. O projeto retomava a experiência do grupo teatral La Barraca, do próprio escritor, e apresentava espetáculos de música, dança e teatro, além de exposições de artes visuais, exibições de vídeo e leituras de textos do poeta, em praças públicas, viajando durante um mês e cobrindo 36 cidades.

Circuito Sesc de Artes 2011
Programação
2 de junho (quinta-feira)

Local:
Praça João Pessoa – Centro – Suzano

15h
Jogo Acervo (oficina – Sesc)

Com o objetivo de aproximar o público do universo artístico por meio do contato com obras de arte, uma brincadeira de cartas com imagens de obras do acervo do Sesc propõe indagações e reflexões relacionadas à arte de forma geral. Em sua segunda edição, o jogo criado especialmente para o Circuito Sesc de Artes 2011 apresenta a coleção “Bressonianas”, composta pelos fotógrafos brasileiros Carlos Moreira, Cristiano Mascaro, Flávio Damm, Juan Esteves, Marcelo Buainain, Orlando Azevedo e Tuca Vieira, que têm em suas obras a influência do fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson. Livre

Travessia (intervenção com o Grupo Caixa de Imagens)

Intervenção urbana que busca reflexão sobre espaço e tempo. A intenção da personagem principal, uma boneca florista, é resgatar delicadas lembranças que permanecem em nossa memória por meio da dança, poesia e da música. Ao se despedir, num gesto afetuoso, ela presenteia o público com uma flor ou um poema. O trabalho é realizado pelo Grupo Caixa de Imagens, fundado em 1994, que utiliza principalmente a técnica de teatro de animação em seus espetáculos e intervenções. Direção e elenco: Mônica Simões e Carlos Gaúcho. Livre

Crédito ou Débito? (performance de vários artistas)

Intervenções em que artistas e público negociam a troca, compra e/ou venda de conversas, gestos, textos ou objetos simbólicos, discutindo questões sobre a sociedade de consumo e o mercado da arte. Os trabalhos incorporam ideias e ações a partir de uma genealogia artística construída desde os anos 70 que subverte o sistema institucional da arte, estabelecendo alternativas de posicionamentos face ao sistema capitalista. Curadoria: Josué Mattos. Artistas participantes: Ernesto Neto, Grupo Aluga-se e Priscila dos Anjos. Livre

16h30
La Metereológica do Circo da Vinci

Malabaristas, equilibristas, palhaços e monociclos são atrações presentes nesse espetáculo do grupo argentino. A apresentação busca entreter toda a família com um repertório eclético e dançante, as músicas autorais são tocadas ao vivo. Com oito anos de estrada, esse grupo argentino utiliza diversos elementos da cultura teatral circense nas suas apresentações. Estão no elenco Antuco, Capitán, Castro, Kena, Jacinto, Manu, Naty, Nico, Pez e Regi. Livre

17h30
Ressonâncias (dança com a Quik Companhia de Dança)

A partir de improvisações, o espetáculo “Ressonâncias” traz a figura feminina e masculina em diferentes dimensões para dialogar com o espaço físico. Os bailarinos inventam novos trajetos nos encontros com os objetos e seres que os rodeiam, e essas experimentações buscam novas reflexões para padrões prefixados de agir, pensar e sentir. Criada em 2000, a Quik Companhia de Dança foi fundada pelos bailarinos Rodrigo Quik e Letícia Carneiro. A direção do espetáculo é de Rodrigo Quik, e os bailarinos são Letícia Carneiro e Rodrigo Salvador. Livre

18h
Videorrepórter (projeção)

Com a missão de descobrir quais são os hábitos culturais dos moradores da cidade por onde passa, um videorrepórter faz rápidas entrevistas sobre quais são as opções de cultura, lazer e entretenimento da região. Ao final do dia, esse material é editado e apresentado no telão do palco, promovendo um encontro das respostas registradas com o público. Coordenação: Aldo Quiroga. Com Angélica Muniz Valente. Livre

Auto da Paixão (teatro com o grupo Circo Branco)

Concebido e dirigido por Romero de Andrade Lima, o espetáculo é encenado por um corifeu narrador e um coro formado por doze atrizes e cantoras, caracterizadas como pastoras. Elas percorrem 12 esculturas representando retábulos e narram a Paixão de Cristo por meio de cânticos e interpretações. Na peça, foram recriados reisados, procissões e pastorais, sempre com ênfase no espírito das festas populares. O repertório composto de toadas de domínio público teve como referência a obra do escritor Ariano Suassuna, mentor intelectual do Movimento Armorial. Estão no elenco Edna Aguiar, Lelena Anhaia, Laura de Lima, Ligia Veiga, Maria Cristina Marconi, Mario Augusto Togniazzolo, Miriam Maria, Mônica Nassif, Nina Blauth, Simone Julian, Simone Soul, Tata Fernandez e Tina Simião. A direção musical é de Renata Mattar. Livre


18h30
Symbiosis (artemídia de Roberta Carvalho)

Composição visual que propõe discutir temas como arte, vida, natureza, espaço público, linguagens artísticas, entre outros. A artista capta imagens do público da cidade que, posteriormente, são projetadas nas copas das árvores e outros elementos naturais presentes no espaço. É o corpo se adequando à natureza, em uma delicada relação simbiótica e simbólica que provoca reflexões sobre a relação de identidade com a natureza e vice‐versa. Livre

19h
Siba e Fuloresta (música)

Nascido em Recife, Siba cresceu entre a cidade e o interior. Como membro da banda Mestre Ambrósio, representante do movimento Mangue Beat, desenvolveu um estilo musical inovador, marcado pelo diálogo entre ritmos tradicionais, como a ciranda e o maracatu, com a música pop. Após uma temporada morando em São Paulo, Siba retorna a Pernambuco para trabalhar com o grupo A Fuloresta, formado por músicos tradicionais da cidade de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte do estado. O segundo e mais recente trabalho lançado por Siba e a Fuloresta é o disco “Toda Vez Que Eu Dou Um Passo, o Mundo Sai do Lugar”, vencedor em 2008 do Prêmio TIM de melhor álbum de música regional e base do repertório desta apresentação. O grupo é formado por Siba (voz e percussão), Mestre Nico (percussão), Mané Roque (percussão e voz), Cosmo Antônio (percussão e voz), Roberto Manoel (trompete), Galego do Trombone (trombone), João Minuto (sax tenor) e Léo Gervázio (tuba).